Home Destaques Acusados de latrocínio em Capinzal festejaram em boate após o crime; suspeitos retiraram adesivo do carro da vítima

Acusados de latrocínio em Capinzal festejaram em boate após o crime; suspeitos retiraram adesivo do carro da vítima

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Acusados de latrocínio em Capinzal festejaram em boate após o crime; suspeitos retiraram adesivo do carro da vítima

Capinzal – Os quatro acusados de latrocínio contra o jovem Jaison Azevedo, 19 anos, morador de Capinzal, teriam festejado em boate horas após o crime. É o que consta na denúncia do Ministério Público apresentada com base na apuração feita pela Polícia Civil.

As informações, obtidas com exclusividade pelo Michel Teixeira Notícias, revelam detalhes inéditos ao público de um crime que chocou o município de Capinzal e região.

Segundo a denúncia, na manhã do dia 21 de janeiro deste ano foi registrado boletim de desaparecimento jovem. Na noite do dia 19 de janeiro, por volta das 23h40min, Jaison deixou o trabalho alegando dores nas costas, e desde então não foi mais visto.

Azevedo foi abordado por três homens na noite do dia 19 de janeiro quando deixou o trabalho na empresa BRF em Capinzal, por volta da meia­noite. Ele iria buscar atendimento médico. Conforme a polícia, na saída um dos suspeitos acenou pedindo carona. Jaison parou o carro e deu carona, pois, conhecia os suspeitos. Para a polícia a abordagem foi casual e que os três suspeitos já tinham comprador para o veículo.

O corpo foi encontrado pouco tempo depois que havia sido feito o registro do desaparecimento pelos familiares na delegacia de polícia de Joaçaba. O cadáver estava no Rio do Peixe, próximo à ponte que liga Luzerna e Herval d’ Oeste, na margem de Luzerna.

A partir desse momento a Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Joaçaba iniciou as investigações. A DIC apurou que o Corsa da vítima teria sido visto na madrugada anterior em uma casa de prostituição às margens da SC-150 em Água Doce, ocupado por quatro homens, os quais teriam festejado consumindo bebidas alcoólicas no local até o amanhecer.

A DIC também obteve informações de que os suspeitos, que seriam Flavio Pereira da Silva, 23 anos, natural de Peritiba, Welinton Urmann Tavares, 19 anos, natural de Capinzal, Lucas de Almeida, 23 anos, natural de Capinzal e José Carlos dos Santos, 34 anos, natural de Joaçaba foram vistos retirando, no pátio da casa noturna, um adesivo que encobria parte do capô e do para-lama dianteiros de um Corsa.

Um dos suspeitos, que seria Welinton Urmann Tavares, teria sido reconhecido pela tatuagem que possui com a inscrição “Eto” em um dos braços, bem como José Carlos dos Santos, morador de Linha Leãozinho, interior de Luzerna, conhecido pelo apelido “Lenhador”.

Horas mais tarde a DIC recebeu informações de que o veículo da vítima estaria em Chapecó. Lá os policiais recuperaram o automóvel Corsa placas MBE-8084 de Capinzal, encontrado em posse de José Carlos dos Santos.  Em seguida foram presos em Capinzal os demais suspeitos.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos, sendo um no Bairro dos Estudantes em Ipira, dois em Capinzal e um em linha Leãozinho/Luzerna, esta última onde mora José Carlos dos Santos, que teria ficado com o veículo da vítima e assumido o compromisso de negociá-lo em Concórdia.

Uma motocicleta com placa de Joaçaba, em posse de Welinton, foi apreendida pela polícia, periciada, mas não houve constatação de adulteração.

Santos, conforme a polícia, já teria tentado a negociação em Concórdia, porém, o carro apresentou problemas mecânicos e precisou ser guinchado, sendo que posteriormente o acusado já estaria circulando com o veículo da vítima.

O juiz da Vara Criminal de Joaçaba, Marcio Umberto Bragaglia, autorizou a prisão preventiva do quarteto com base na necessidade de garantir a ordem pública e a fim de garantir a correta instrução processual. Os quatro foram denunciados pelo MP acusados de latrocínio (matar para roubar).

Laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) constatou abundância de sangue na lateral esquerda do banco traseiro, tanto no encosto, no assento como no assoalho, indicando que a vítima foi colocada sangrando nessa posição do carro. O IGP também confirmou vestígios da retirada de adesivo que havia no capô.

Nesta semana o promotor Protasio Campos Neto emitiu parecer pela restituição do Corsa para a proprietária, mãe da vítima, e da motocicleta de um dos suspeitos. Agora o magistrado irá apreciar o caso.

Ficha Criminal

Segundo dados da Polícia Civil, Welinton Urmann Tavares possui 15 boletins de ocorrência, entre eles por ameaça, lesão corporal e perturbação. Lucas de Almeida possui 31 boletins de ocorrência, os principais por furto, perturbação, desobediência e posse de drogas, e José Carlos dos Santos, cinco boletins de ocorrência, incluindo indiciamento por roubo a residência, tráfico de drogas e lesão corporal.

Os quatro seguem recolhidos ao presídio regional de Joaçaba.