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Avião da Chape tinha sobrecarga e combustível no limite; queda foi a 220 km/h

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Avião da Chape tinha sobrecarga e combustível no limite; queda foi a 220 km/h

Colômbia/Chapecó – As autoridades colombianas deram nesta segunda-feira (26) sua versão oficial sobre o acidente com o avião da Chapecoense no último 29 de novembro, que matou 71 pessoas próximo a Medellín, na Colômbia. O avião caiu por falta de combustível (pane seca), apontam os resultados das investigações preliminares. Os oficiais da Aeronática Civil da Colômbia explicaram os detalhes do acidente usando, inclusive, gravações feitas pelo sistema de gravação de voz do avião (voice recorder) da Lamia antes da queda.

As autoridades informaram que a aeronave caiu por falta de combustível, mas tinha sobrecarga, plano de voo irregular e o piloto tardou a relatar a situação de emergência. “A aeronave tinha um peso superior ao permitido nos manuais. Foram 500 kg a mais, mas que não foram a principal causa do acidente”, afirmou o coronel Freddy Augusto Bonilla,  secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia. “Essa situação de falha total foi reportada apenas dois minutos antes da queda”. A aeronave estava a 230 km/h no momento do impacto.

O diretor da Aeronáutica Civil, presente na coletiva, Alfredo Bocanegra, contou ainda que o piloto Miguel Quiroga, morto no acidente, tinha total consciência de que o combustível na aeronave não era suficiente. “Eles estavam conscientes da limitação do combustível. Sabiam que não era suficiente”.

As autoridades ainda culpam a AASANA (Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia) por ter aprovado o plano de voo da LaMia, considerado irregular, por conta da autonomia da aeronave, similar ao tempo de duração do voo até Medellín

O secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia seguiu com as explicações do acidente mostrando a gravação de conversa do piloto da Lamia com a torre de controle de voo do aeroporto de Rionegro antes da queda do avião.

“O avião boliviano ingressa em Medellín neste momento. A aeronoave boliviana está deixando o controle aéreo de Bogotá para o de Medellín e é autorizada a descer 3 mil metros. Até então, a tripulação não informou se havia uma situação de emergência. Essa aeronave conta com um sistema de alerta de baixa quantidade de combustível. Isso significa que se inicia um alarme audível e visual. De acordo com o manual da aeronave, avisa 20 minutos de voo com esse alarme. Ele foi dado dois minutos depois dessa posição”, contou o .secretário de segurança da Aeronáutica Civil Colombiana.

A gravação, no entanto, é encerrada ainda antes da queda, o que, segundo Freddy Augusto Bonilla, está sendo investigado. “A gravação para um minuto antes da queda e temos que saber o motivo”, disse.

A Aeronáutica Civil da Colômbia explicou todos os detalhes dos procedimentos tomados pelo avião da LaMia e também pela torre de controle do aeroporto de Rionegro e ressalta que o piloto começou a descer sem notificar a torre de controle. Freddy Augusto Bonilla ressaltou que o avião deveria ter combustível para voar pelo menos mais 1h45min.

“O termo ‘prioridade’ é um termo que não significa emergência. Como vamos escutar a controladora, se dará vetores, a rota mais direta e rápida para realizar a aproximação. Neste ponto de aproximação, o piloto ativa os speed breaks, freios aerodinâmicos, isso faz com que a aeronave reduza a velocidade e inicie o descenso sem notificar”, .explicou a autoridade colombiana.

Chamada de “emergência” por parte da Lamia

“A controladora pergunta quanto tempo tem para se sustentar, de acordo com as normas, essa aeronave deveria ter um mínimo de combustível para voar 1h45 min, imediatamente a tripulação reporta emergência por combustível. Isso às 21h52 (hora local de Medellín), seis minutos antes do acidente”. (Informações UOL)