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Caso Bernardo: No 4º e último dia do júri, é esperado depoimento do réu Leandro Boldrini

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Caso Bernardo: No 4º e último dia do júri, é esperado depoimento do réu Leandro Boldrini
Boldrini chegou a ir ao fórum nesta quarta-feira, mas não chegou a entrar no plenário após não ter se sentido bem Jonathan Heckler / Agencia RBS

O quarto dia do novo júri de Leandro Boldrini, em Três Passos, vai ocorrer nesta quinta-feira (23). O médico acusado pela morte do próprio filho, o menino Bernardo em 2014, poderá dar seu depoimento na sessão que se inicia a partir das 9h. A previsão é que o julgamento seja concluído ainda nesta mesma data. As informações são da GauchaZH.

Segundo os advogados que defendem o médico, Rodrigo Grecellé Vares e Ezequiel Vetoretti, a expectativa é que Boldrini fale, desde que esteja em condições. A defesa afirma que o médico irá responder às perguntas do Ministério Público.

Depois disso se inicia a fase de debates, entre MP e a defesa. As partes têm até 5 horas no total para defender suas teses. Na sequência, o conselho de sentença se reúne para julgar se Boldrini é culpado ou não pela morte de Bernardo.

Após a votação, em caso de condenação, a magistrada estipula a sentença do réu e a lê em plenário.

Relatos das testemunhas de defesa e nova ausência do réu em plenário marcam terceiro dia de júri

O terceiro dia do julgamento encerrou a etapa de depoimento de testemunhas do caso. A sessão desta quarta-feira (22) se encerrou às 22h, no fórum do município no noroeste do Estado.

O dia começou com o depoimento da última testemunha de acusação do caso, a psicóloga Ariane Schmitt, que falou sobre como eram as sessões de terapia com Bernardo. A profissional pediu para depor sem a presença do réu — que se deslocou ao fórum, mas não acompanhou a audiência pelo segundo dia consecutivo.

O primeiro depoimento de testemunha arrolada pela defesa nesta quarta-feira foi o de Luis Omar Gomes Pinto, que na época era casado com uma das babás de Bernardo. Inicialmente, os advogados chegaram a dispensar a oitiva de Pinto, mas o Ministério Público pediu que o depoente fosse mantido em plenário e a juíza acatou o pedido.

Na sequência, foi ouvida a técnica em enfermagem e ex-funcionária de Boldrini, Marlise Cecília Rentz, que afirmou que a relação de Bernardo e Graciele era boa no início do casamento dela com o médico, mas que houve uma ruptura tempos depois.

As duas testemunhas seguintes tiveram relatos muito breves. Foram ouvidas Lori Heller (ex-babá do menino) e Rosângela Pinheiro (ex-colega de Boldrini).

Por último, foi ouvido o primo de Boldrini, Andrigo Rebelato. O advogado, que é morador de Porto Alegre, afirmou que acredita na inocência do parente.

Julgamento

Boldrini é acusado de ter sido o mentor intelectual da morte do filho. O réu havia sido condenado, em 2019, a 33 anos e oito meses de prisão em regime fechado, mas a decisão foi anulada em 2021 – fazendo com que ele seja submetido a novo julgamento.

A anulação ocorreu porque o Tribunal de Justiça (TJ) entendeu que o Ministério Público violou o direito do médico de ficar em silêncio no interrogatório daquela sessão.

O novo júri teve início na segunda-feira (20) e a previsão de encerramento é para a quinta-feira (23). Os outros três réus não serão julgados novamente porque suas condenações foram mantidas (confira abaixo a situação de cada um deles).

A situação dos demais réus

  • Graciele Ugulini (madrasta) – condenada a 34 anos e sete meses de reclusão em regime inicial fechado, está presa no Presídio Feminino Madre Pelletier com previsão de progressão para o semiaberto em 2026;
  • Edelvania Wirganovicz (amiga de Graciele) – condenada a 22 anos e 10 meses de reclusão em regime inicial fechado, cumpre pena no regime semiaberto no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre;
  • Evandro Wirganovicz (irmão de Edelvania) – condenado a nove anos e seis meses em regime semiaberto e atualmente em liberdade condicional.