Chapecó – Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (30), a diretoria da Chapecoense detalhou como deverá ser o velório coletivo das vítimas do acidente aéreo na Colômbia que deixou 71 mortos, entre integrantes da delegação, jornalistas e tripulantes.
Segundo o clube, foram pedidas autorizações para o velório na Arena Condá a todos os familiares de brasileiros, mas não necessariamente todos serão velados no local. “Respeitaremos a posição de cada família”, disse Luis Antonio Palaoro, vice-presidente jurídico do clube.
“Nós estamos nesta semana buscando dar apoio às famílias, a esses velórios, que estão causando comoção nacional”, disse o vice-presidente do conselho deliberativo, Gelson Dalla Costa.
De acordo com a direção da Chapecoense, somente na terça-feira (29) mais de 200 pessoas foram atendidas pela equipe de apoio psicológico do time.
Como será o velório
Na tarde desta quarta, uma estrutura começou a ser montada no gramado da Arena Condá para o velório coletivo. A previsão é que cerca de 100 mil pessoas passem pelo local no dia da cerimônia, ainda sem data definida.
“Nós fizemos um simulado pela parte da tarde. Chegando a aeronave, recebendo os corpos e trazendo até o estádio”, disse Carlos Alexandre Melo, representante da guarda municipal, na mesma entrevista.
A previsão é de que, ao chegarem ao aeroporto, os corpos, que estarão em caixão fechados, sejam transportados em três ou quatro caminhões dos bombeiros, acompanhados por batedores da Polícia Militar.
O trajeto do aeroporto até o estádio deve demorar 45 minutos, prevê o Corpo de Bombeiros. Ruas da região por onde o cortejo vai passar deverão ser interditadas “pelas ordens de segurança”, disse o tenente-coronel Balsan, do Corpo de Bombeiros. A entrada será pelo portão 14, da Arena Condá, até o gramado.
Conforme a diretoria da Chapecoense, o tempo de permanência dos caixões no local ainda está em definição. As vítimas que serão enterradas em Chapecó deverão permanecer por mais tempo no estádio, enquanto os outros terão a cerimônia menor para o translado dos corpos para outras cidades.
Todo o cerimonial do velório deverá ser preparado pelo governo do estado. Também está prevista a elaboração de um roteiro para que os torcedores possam, por algumas horas, passar diante das urnas com os corpos dos jogadores e demais integrantes do clube que morreram no desastre.
Ao todo, são 12 equipes trabalhando, peritos colombianos com a ajuda de técnicos da Polícia Federal brasileira. Depois da conclusão da identificação dos corpos pelas digitais, ainda será necessário o processo de embalsamamento, uma exigência do transporte internacional nesses casos.
Também será preciso emitir dois certificados de óbito, um pela Colômbia e um pelo Brasil. Em Medellin, sete funcionários da embaixada da Colombia em Bogotá foram encaminhados para fazer a emissão desses documentos. O Itamaraty também já mandou profissionais do Brasil para fazer a emissão do certificado de óbito brasileiro.
(Fonte: G1)