Home Notícias Educação Conselho de Educação de SC diz que escolas têm autonomia para adotar ou não nova regra de aprovação

Conselho de Educação de SC diz que escolas têm autonomia para adotar ou não nova regra de aprovação

0
Conselho de Educação de SC diz que escolas têm autonomia para adotar ou não nova regra de aprovação

A polêmica envolvendo o anúncio de mudanças na aprovação escolar em SC – alunos do ensino fundamental e médio poderiam passar para séries seguintes mesmo que tenham sido reprovados em alguma disciplina – ganhou um novo capítulo nesta terça-feira. Após uma reunião, o Conselho Estadual de Educação (CEE) afirmou que escolas têm autonomia para definir se querem ou não adotar a progressão parcial. Na segunda-feira, o relator da resolução do Conselho sobre esse tema, Pedro Ludgero Averbeck, tinha defendido a obrigatoriedade.

— A resolução veio para alertar e orientar os gestores que eles podem adotar a progressão parcial, porque a LBD [Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira] permite isso. O nosso entendimento é que as escolas deveriam adotar, mas elas não têm obrigatoriedade de implantar — diz o presidente do CEE, Osvaldir Ramos.

Yuri Becker dos Santos, presidente da União Catarinense dos Estudantes e conselheiro do CEE, reforça que o conselho não pode interferir na autonomia das escolas:

— A LBD diz que elas podem adotar outros regimes de progressão, desde que constem no seu PPP [Projeto Político Pedagógico]  — acrescenta.

Porém Santos, como presidente da UCE, acredita que  se um estudante repetiu em apenas uma matéria ele não deveria repetir o ano inteiro, mas ser feito um acompanhamento específico em relação àquela matéria.

As possíveis mudanças geraram discussão. De um lado, alguns especialistas defendem que a medida é positiva, já que a reprovação leva ao desestímulo e até evasão escolar. Além disso, não seria justo o estudante repetir todo o ano se apresenta dificuldade em um conteúdo ou disciplina. Na progressão parcial, o aluno, mesmo se reprovar em alguma disciplina, passa de ano, mas deve recuperar o conteúdo que teve dificuldade no ano seguinte. Sem precisar cumprir frequência ou cursar a disciplina de todo o ano.

O presidente da Associação de Pais e Professores do Instituto Estadual de Educação, Ivan Souza de Melo, questiona a eficácia da medida:

— O novo método vai ser vantajoso para o aluno ser aprovado e não para ele adquirir conhecimento. Ele vai pensar o seguinte: “para que eu vou estudar se serei aprovado automaticamente?” — diz.

Para ele, a solução para melhorar a taxa de aprovação passa por atualização dos professores “para dar uma aula mais compatível com o aluno do século 21”.

A Secretaria de Educação de SC não quis se pronunciar sobre o tema, mas em nota disse que “irá cumprir a resolução e estuda a sua aplicação nas escolas da rede pública estadual”. As mudanças serão implantadas no próximo ano.

(Diário Catarinense)