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Estiagem: La Niña já está consolidado, mas ainda não atingiu seu ápice

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Estiagem: La Niña já está consolidado, mas ainda não atingiu seu ápice
Falta de chuva prejudica produtores catarinenses, especialmente no oeste (Nilson Teixeira/Epagri)

A falta de regularidade das chuvas já preocupa produtores rurais de todo o Brasil, já que o fenômeno La Niña deve durar até 2021 e impactar não só a safra de verão, como também a segunda safra do milho. De acordo com a meteorologista da Somar Desirée Brandt, o ápice do La Niña deve ocorrer na virada do ano e, até lá, a situação é de alerta.

“A previsão está bem preocupante para muitas áreas do Brasil, que sente de maneira muito clara os efeitos do La Niña. Já temos o fenômeno estabelecido, vamos atingir o ápice na virada do ano e só começa a enfraquecer no começo do ano que vem. Mesmo assim, até o final da safra de verão e início da segunda safra, vamos sentir os efeitos”, disse.

Segundo ela, para as áreas mais centrais como Mato Grosso do Sul, São Paulo, áreas de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e áreas do Matopiba, há atrasos na chuva por causa da temperatura do oceano pacífico. “Lá na frente, quando a safrinha não estiver concluída, a chuva deve ir embora”, contou.

A região Sul do Brasil também enfrenta uma estiagem preocupante em alguns locais, como meio oeste de Santa Catarina, noroeste do Rio Grande do Sul e oeste e sudoeste do Paraná, com alto índice de estiagem. “Quando deveria ter chovido, não choveu, e daqui pra frente a situação é preocupante”, disse ela.

Em novembro, são esperadas anomalias nessas localidades do Sul. Em dezembro, a irregularidade das chuvas também se espalham por Mato Grosso do Sul, São Paulo e parte da região Sul. “Os produtores de café também estão preocupados. A expectativa para novembro é de chuva abaixo da média nas principais regiões produtoras do café arábica. Em dezembro, somente no Triângulo Mineiro e Espírito Santo recebem chuvas acima da média”, concluiu.

Tempo seco preocupa na região Sul; previsão indica quando volta a chover

A meteorologia destaca a o tempo seco em grande parte do Brasil, inclusive nas principais áreas produtoras. Segundo Desirée Brandt da Somar Meteorologia, a situação de seca, com falta de chuvas regulares, é muito preocupante, pois ela não acontece apenas no Sul, que está com chuvas abaixo da média.

“O mapa de anomalia de chuvas dos últimos 90 dias mostra que no Sul, especialmente noroeste do Rio Grande do Sul e meio oeste catarinense, desde julho, não é observada chuva significativa. Além disso, as precipitações estão abaixo da média em outubro para outras regiões como Centro-Oeste e Sudeste. Para o Sudeste até tivemos pancadas, mas de forma muito mal distribuída e de curta duração”, diz Desirée.

De acordo com a previsão do tempo, há indicação de chuva forte a partir desta terça, 20. O problema é que a chuva não acontece de forma abrangente e nem chega perto do sul do pais.

“A partir desta quarta, 21, tem previsão para pancadas desde a costa do Sudeste até áreas da região Norte. A chuva deve atingir especialmente o norte de São Paulo e centro-sul de Minas e Rio de Janeiro. Estão previstos mais de 70 mm para o norte paulista, triangulo mineiro região do cerrado e região central”.

As precipitações também devem atingir o Centro-Oeste, mas de forma parcial. São esperados 50 mm em algumas regiões, mas, em outras áreas, como nordeste do Mato Grosso tem baixos acumulados, assim como no Tocantins, interior do Nordeste que praticamente não deve registrar chuva ainda.

Para a região Sul, no entanto, o tempo seco deve permanecer, já que previsão indica tempo seco pelos próximos cinco dias. Apenas entre os dias 26 de outubro a 30 de outubro, a chuva começa a se espalhar pelo país, atingindo a região e chegando a 50 mm em algumas áreas de Goiás, meio leste de Mato grosso. As pancadas são esperadas no Matopiba.

“Atenção pois essa chuva não vem para ficar. A previsão mostra que entre 31 de outubro a 4 de novembro, as precipitações devem recuar nas áreas do Matopiba e no sul do Brasil. O tempo fica seco novamente no Sul, especialmente no Rio Grande do Sul e meio oeste catarinense, que praticamente ficam sem chuva na virada do mês”, alerta a meteorologista da Somar. (Fonte: Canal Rural)