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Exportações catarinenses crescem 9% em abril, é o melhor índice desde 2014

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Exportações catarinenses crescem 9% em abril, é o melhor índice desde 2014

As exportações catarinenses fecharam abril com valor de US$ 750 milhões, o que representa um aumento de 9,01% em relação ao mesmo período de 2017 e garante o melhor índice desde 2014. No cenário nacional, o Estado respondeu por 3,76% das vendas totais do Brasil. Já no comparativo com março, porém, houve queda de 3,26%. O balanço do primeiro quadrimestre de 2018 mostra que o setor alcançou quase US$ 2,7 bilhões, valor levemente acima dos primeiros quatro meses de 2017 (3,3%).

O principal produto exportado por Santa Catarina em abril foi carne de aves, que teve crescimento de 19,2% frente ao mesmo mês de 2017 e o Estado respondeu por 25% do total faturado lá fora pelo Brasil. Em segundo lugar ficou a soja, com queda de 5,01% e 1,8% de participação nacional. Os Estados Unidos (EUA) continuam como principais parceiros comerciais de SC, seguidos por China, Argentina e México.

Segundo o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Glauco José Côrte, o desempenho em abril mostra uma boa recuperação das vendas catarinenses. Isso pode ser constatado pelo expressivo crescimento nas vendas externas da carne de ave, que no primeiro trimestre de 2017 tiveram um desempenho muito fraco devido aos embargos de países e notícias ruins sobre a sanidade.

— A economia brasileira se encontra em um momento de grandes incertezas, o que retrai os investimentos e a demanda. Pode ser que em tal situação haja um maior esforço para aumentar as exportações, como alternativa à atual situação do mercado interno. Mas é preciso destravar as barreiras dos países importadores — diz.

As importações do Estado no mês de abril também tiveram crescimento significativo, de 37,3% em relação a abril de 2017, aproximando-se de US$ 1,3 bilhão. O total é o maior para o mês desde 1997, início da série histórica do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. No comparativo com março, houve ampliação de 3,13%. Com o resultado, Santa Catarina registrou superávit na balança comercial de R$ 524 milhões.

Brasil registra alta de 12,7%

Em nível nacional, as exportações cresceram 12,7% em relação a abril do ano passado, totalizando US$ 19,9 bilhões (valor que, associado às importações, deu origem a um superávit na balança comercial de US$ 6,1 bilhões). As importações tiveram comportamento semelhante ao registrado em SC: mostraram aumento de 28,7% no comparativo com abril de 2017, mantendo-se estável em relação a março de 2018 (variação de 0,1%).

Sindicarne prevê quedas

Apesar da variação positiva na venda de carnes de aves para o exterior em abril – US$ 131,8 milhões, o Sindicato da Indústria de Carne e Derivados em SC (Sindicarne) diz que esse cenário não mostra a realidade do setor hoje.

— Se for olhar agora, o cenário é de redução. Temos os impactos da suspensão de exportações de plantas da BRF para a União Europeia e tem mais uma redução prevista para maio com uma questão envolvendo a Arábia Saudita — explica o diretor-executivo da entidade, Ricardo de Gouvêa.

Já no acumulado de janeiro a abril de 2018 comparado ao mesmo período de 2017, as vendas de soja ficaram em US$ 162,7 milhões, representando uma queda de 41,27% entre os dois anos. No entanto, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC diz que houve uma retenção proposital dos produtores à espera de um melhor preço para venda.

Para a federação, agora o valor voltou a ser atrativo e a tendência é de uma sequência positiva até o fim do ano, suficiente para recuperar as perdas até agora. Essa melhora ocorre por dois motivos. O primeiro é a quebra da safra argentina, que inicialmente previa 53 milhões de toneladas, mas não deve passar de 40 milhões em razão da seca no país portenho. A segunda condição é a guerra fiscal e comercial entre EUA e China, o que fará com que os chineses comprem soja catarinense. (Diário Catarinense)