Home Notícias Economia Gás de cozinha soma uma alta de 25,7% em um ano em Santa Catarina

Gás de cozinha soma uma alta de 25,7% em um ano em Santa Catarina

0
Gás de cozinha soma uma alta de 25,7% em um ano em Santa Catarina

SC – Os últimos meses têm alternado boas e más notícias para cozinheiros amadores e profissionais. Por um lado, o preço dos alimentos está mais atrativo — em 2017, houve queda média superior a 4%. Por outro, o valor do botijão de gás de 13 quilos disparou. Em Santa Catarina, o produto acumula alta de 25,7% nos últimos 12 meses, acima da média nacional de 17%.

No Estado, o botijão custa R$ 69,29, ao passo que esse valor era de R$ 54,89 há um ano, segundo dados disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). A cidade com o botijão mais caro é Xanxerê, onde ele custa em média R$ 78,25. Araranguá, por sua vez, tem o mais barato: R$ 63,50. Nacionalmente, a média é de R$ 66,96.

Para o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás (Sinregás-SC), Jorge Magalhães de Oliveira, as constantes altas anunciadas pela Petrobras têm provocado um efeito devastador em toda a cadeia. Ele conta que há diversas lojas à venda no Estado por causa das margens reduzidas com que os revendedores têm trabalhado.

— Nem todos os aumentos foram repassados para o consumidor. Muita coisa acabou absorvida por quem vende. Se tudo tivesse sido repassado, o gás estaria acima dos R$ 90. Existe uma reclamação generalizada — diz Oliveira.

Outro fator que ajuda a complicar a situação é o alto grau de informalidade do setor. Com os preços subindo, muitas pessoas optam por comprar em revendas informais, sem nota fiscal ou garantias.

— Boa parte do curso logístico está concentrado no setor de revenda. Muitas vezes trabalha-se com margens que sequer sustentam as lojas — diz o presidente do Sinregás.

Os restaurantes também são bastante influenciados pela alta do gás. Contribui para o problema o fato de a rede de gás encanado, gerida pela SCGás, ser bastante reduzida. No caso de Florianópolis, por exemplo, ela fica praticamente restrita ao Centro. Dessa forma, é necessário recorrer aos botijões, seja de 13, 45 ou 190 quilos.

— É um insumo básico. Os sistemas elétricos são mais caros. Um aumento de 25%, enquanto a inflação geral não passa dos 4%, é absurdo — diz Rodrigo Marques, consultor da associação da categoria (Abrasel-SC).

Para ele, aumentar a rede de gás, como o Rio de Janeiro fez ainda no século XIX, é muito importante para que o Estado possa aumentar a competitividade de diversos setores, entre eles o dos restaurantes. (Diário Catarinense)