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Governo Federal lança linha de crédito para combater desperdício de alimentos

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Governo Federal lança linha de crédito para combater desperdício de alimentos

O governo federal lançou no sábado (25) uma linha de crédito que irá disponibilizar R$ 3 milhões para ações contra o desperdício de alimentos na Região Sul do Brasil. Santa Catarina terá acesso a R$ 1 milhão desse valor. Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura, estima-se que até 30% de toda a produção agrícola catarinense possa estar indo para o lixo.

O investimento foi consolidado através de um acordo de cooperação entre o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e o Banco do Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), assinado durante o primeiro dia da Expointer, feira agrícola realizada em Esteio, no Rio Grande do Sul. O recurso está disponível para cooperativas, agricultores familiares e outros agentes da cadeia produtiva do agronegócio. A vigência é de 24 meses e RS e PR também tem direito a R$ 1 milhão cada.

O acordo deve ser publicado no Diário Oficial da União (DOU) até o quinto dia útil de setembro. O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, disse no evento que a solução está alinhada a parâmetros ambientais focados em reduzir os prejuízos no campo e na distribuição.

— É o primeiro passo para diminuir as perdas de alimentos, auxiliando o produtor. O Brasil não pode mais ter prejuízos quando ainda há a fome no País — afirmou.

Ainda não há, no entanto, um destino definido para a aplicação do recurso no Estado. Isso porque, conforme o secretário de Agricultura, Airton Spies, o desperdício está presente em todas as fases da cadeia produtiva. No campo, podem ser máquinas desreguladas ou defasadas e no transporte, estradas mal conservadas onde grãos ficam pelo caminho – embora grande parte das rodovias em SC sejam federais, ficando fora da alçada estadual. Também tem a questão do déficit de armazéns públicos ou privados de qualidade. E por fim, aAinda há o desperdício pela rede varejista e do próprio consumidor em casa. Todo esse processo será estudado pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina, a Cidasc.

— Será um conjunto de questões a serem resolvidas. Com R$ 1 milhão não se faz muita coisa, então isso pode ser trabalhado com outras linhas já existentesv, como o programa de armazéns que faz parte do Programa Safra do governo federal — sugere Spies.

Outro caminho citado pelo secretário é um trabalho de conscientização em todos os meios da cadeia produtiva. Também pode se investir na área de pesquisa, inovação tecnológica, assistência técnica ao produtor e até mesmo investimentos na irrigação.

— O que mais contribui para a perda de produção é a estiagem. Então quando houver uma seca, temos que proteger a produção contra essa perda, que é muito grande. Nos grãos, nós temos um impacto muito significativo. É uma possibilidade.

Espaços como escolas, hospitais, universidades, empresas, quartéis, e Ceasas também podem receber ações que ajudem na prevenção.

— Tudo isso pode reduzir o desperdício e por consequência melhorar a renda do produtor e a oferta de alimentos, barateando o custo para o consumidor — acredita Spies. (Diário Catarinense)