Capinzal – A direção do Hospital Nossa Senhora das Dores de Capinzal respondeu ofício encaminhado pela secretária de Saúde de Capinzal, Kamile Sartori Beal, a respeito da possibilidade de atendimento de casos de internamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Conforme o hospital, o questionamento feito pela secretaria é sobre qual o interesse e a viabilidade do Hospital Nossa Senhora das Dores em implantar leitos de UTI, frente à pandemia do corona vírus e para uma posterior utilização do Hospital nos demais casos.

Por escrito a direção do hospital enviou a resposta. Leia na íntegra:

Primeiramente, gostaríamos de esclarecer que a direção e equipe técnica do Hospital, não pode dizer que não existe interesse na implantação da UTI, no entanto, o Hospital não possuí condições financeiras para implantar a UTI e muito menos fazer a manutenção, visto que para implantação são necessários no mínimo 10 leitos, exigência do Ministério da Saúde, um médico diretor clínico responsável pelas prescrições que seja Intensivista, além de 7 (sete) médicos plantonistas e equipe de enfermagem .
Temos que o hospital em razão de exigências de melhorias pela vigilância estadual, teve que realizar um projeto de ampliação e melhorias, iniciando área de nutrição, posteriormente a urgência e emergência, e o projeto com custos mais elevados foram o projeto do centro cirúrgico, maternidade, central de esterilização e demais melhorias, que teve inicio ainda em 2011 e até presente data não foi concluído por falta de recursos financeiros.

Em segundo lugar, a UTI é um sonho de todos os que trabalham no hospital, no entanto, a complexidade para instalação é muito grande e sua manutenção seria na atual situação inviável.

Além do mais, a secretaria de saúde Estadual tem critérios para habilitação de leitos de UTI exigidos pelo Ministério da Saúde e atualmente, não estão habilitando, exceto atendimento do Covid-19, esses permanecerão habilitados somente até o fim da PANDEMIA. O Hospital para ter a UTI precisa ser de Média e Alta complexidade, enquanto que o Hospital Nossa Senhora das Dores é de Pequena e Média complexidade, não se enquadrando nos parâmetros para habilitação em leitos para UTI.

Devido ao ofício enviado por Vossa Senhoria, a Direção e sua equipe realizou consulta para ter uma base dos custos e necessidade de profissionais, sendo necessário uma equipe de médicos no mínimo sete, mais o diretor intensivista, exclusivamente para a UTI (um médico Neurologia, um Cardiologista, um Nefrologista e um Ortopedista), fisioterapeuta exclusivo; enfermeiro coordenador exclusivo da unidade e enfermeiras 24horas, somente para este fim, ou seja, quatro enfermeiras fazendo doze horas cada; uma para troca de folga, feriados e atestados; técnicas de enfermagem, uma para cada dois pacientes por turno de doze horas, se tiver 10 leitos serão cinco técnicas por turno, dando 20 técnicas ou seja, multiplicado por quatro turnos e mais duas para troca de folga, licença, atestados e férias. Quatro funcionárias de higienização e uma para troca de férias, licença e atestados. Além disso toda a manutenção dos equipamentos, medicações, etc. Deve contar ainda com: Agência transfusional dentro do hospital, disponível 24 horas por dia,  hemogasômetro, ultra-sonógrafo, tomografia computadorizada.

Temos que nossa prioridade para manter o Hospital em funcionamento e cumprir as exigências da Vigilância Sanitária do Estado de SC é a conclusão do centro cirúrgico, a parte da maternidade, as salas de parto humanizado e a Central de Esterilização.
Em paralelo com a construção do Centro Cirúrgico, deve ser iniciada a construção da subestação de energia elétrica para que possa ter a energia em todo o hospital e a central de gases, ambos são indispensáveis para o funcionamento do centro cirúrgico e do Hospital.

Segundo informação obtida com a diretora do Hospital São Paulo de Xanxerê, que confirmou as informações acimas, argumentando que têm dez leitos de UTI adulto, um pediátrico e nove de neonatal, mais dez leitos de cardiologia não concluídos. Em razão desses 10 leitos de UTI da cardiologia não estarem concluídos, foram todos transformados para atendimento aos pacientes infectados pelo Covid-19.

A estrutura de 10 leitos de UTI tem um custo mensal de no mínimo R$ 450.000,00, entretanto, os atendimento pelo SUS remuneram somente o valor de R$ 800,00 por diária, muito aquém do custo de no mínimo R$ 1.600,00 por diária/paciente.

Assim, na atualidade não há condições financeiras do Hospital assumir tamanho compromisso, visto que foi habilitado com 24 leitos de retaguarda para região, portanto, não seria falta de interesse, mas sim impossibilidade financeira e falta de habilitação técnica.

A Direção do Hospital Nossa Senhora das Dores, continua a
Desta forma, a Direção e a equipe ficam à disposição para maiores esclarecimentos que forem necessários.

Capinzal, 18 de maio de 2020.

ADELAIDE FRIGO
Diretora Administrativa