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Jaborá decreta situação de emergência devido à estiagem que assola o município

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Jaborá decreta situação de emergência devido à estiagem que assola o município

Jaborá – No dia 16 de março, o prefeito de Jaborá, Adelir Manoel Inácio, após reunião com o Conselho Municipal de Defesa Civil – COMDEC, decretou situação de emergência no Município, devido à estiagem. Jaborá sofre com falta de água na área urbana, principalmente na parte alta da cidade, devido à baixa na vazão de água captada e também na área rural, onde tem havido distribuição diária de 100 mil litros de água, através do caminhão pipa da prefeitura. A estiagem tem causado impactos diretos na produtividade, qualidade e custos da produção agropecuária do Município, muitas lavouras foram perdidas e os animais sofrem com a falta de água no interior.

De acordo com os servidores da Casan de Jaborá, Carlos Pretto e Rosimar Tieppo, a situação mais crítica vem ocorrendo há 4 meses, no entanto, há falta de chuva desde o mês de junho do ano passado. “Os poços nunca baixaram como agora. Há 03 poços artesianos no município, dois com a média de 1.900 litros por hora cada um e o terceiro, que chegava a 20 mil litro/hora, está com uma defasagem de 6 mil litros/hora e está fornecendo agora 14mil litros/hora. Nossa prioridade tem sido conter vazamentos para justamente não perdermos ainda mais água. Em 31 anos de Casan nunca vi chegar nessa situação. Por mais forte que foi a estiagem, nunca chegamos nesse ponto de ter problemas com água de rio, sempre teve água. Se fosse depender somente do rio, como era há uns anos atrás, hoje praticamente ninguém teria água. Até porque existe uma limitação, não é permitido captar mais que 20% da água do rio”, comenta Tieppo.

Conforme explica Carlos Pretto, se houvesse mais conscientização de parte da população, os moradores das áreas altas da cidade não estariam sofrendo com a falta de água no período diurno: “a situação está crítica em todo o meio-oeste do Estado e, infelizmente, as previsões não são nada otimistas quanto a chuvas. Faz muito tempo que os poços estão com vazão 24hs, estamos no limite. O que esperamos em uma hora dessas? É que haja economia de água! Nos últimos 4 meses a Casan nunca arrecadou tanto, foi algo em torno de 10 milhões de litros de água por mês, para cerca de novecentas ligações. Aumentou o calor e com isso aumentou o consumo. Há uma falta de conscientização grande por parte das pessoas. Tem gente que, além de molhar a calçada, joga água na rua para ‘baixar o pó’. Isso é uma falta de respeito com o próximo, pois há quem pensa que porque está pagando pode usar da forma que quiser. Água é um bem comum, não é patrimônio de uma pessoa. A qualidade da água que temos aqui em Jaborá é muito alta, é praticamente água mineral. E daí ter gente usando para jogar no asfalto por causa da poeira, não dá pra acreditar! A cidade alta tem sofrido com a falta de água justamente porque em alguns pontos da cidade baixa não há economia e a água não chega nos locais mais altos. Outra situação que é necessário que as pessoas se conscientizem, é quanto à instalação de um reservatório, uma caixa d’água na residência ou empresa para que não se prejudiquem tanto quando há falta de água, até mesmo quando há reparo na rede. Tem casas que já possuem até cisterna que coleta a água da chuva para utilizar no vaso sanitário, por exemplo”, relata o servidor.

Tieppo e Pretto afirmam que medidas estão sendo tomadas pela Casan para resolver o problema da falta de água, mas que isso não desobriga a responsabilidade do uso consciente da água por parte da população. Segundo Tieppo: “já foi contratado um caminhão para auxiliar no abastecimento, ele deve chegar nos próximos dias e irá ficar pelo período de 30 dias em Jaborá, coletando água já tratada no poço do município de Presidente Castello Branco e abastecendo a caixa d’água de Jaborá. É paliativo, o aluguel por esse período terá um custo de R$49mil, mas é necessário nesse momento pois o consumidor não pode ficar sem água. Assim que esse caminhão começar a trabalhar, em poucos dias ameniza a situação e não teremos mais falta de água na cidade alta. Tínhamos em nosso planejamento a abertura de um poço em 2021, mas em virtude do que está acontecendo, tivemos que antecipar e mesmo agilizando, ainda irá demorar uns 30 a 60 dias para a perfuração, devido às questões burocráticas”.

A Casan está lançando no mês de março uma nova forma de cobrança do consumo de água. Conforme Pretto, “quem poupar irá pagar menos e quem gastar, irá pagar mais, pois agora a cobrança passa a ser pelo consumo real e não a partir de taxa, como era até então. Com isso, não haverá mais abono, mesmo em casos de vazamento, pois do hidrômetro para a casa, a responsabilidade é do morador. O interesse da Casan é que o usuário gaste pouco, que haja um consumo racional. A Casan não é uma empresa privada, é estatal, não visa lucro”.

Dia 22 de março comemora-se o Dia Mundial da Água, a data foi instituída justamente para se conscientizar a população da importância da água para a nossa sobrevivência e da necessidade urgente de manter esse recurso disponível. É um alerta para o qual muitas pessoas não dão a devida atenção, só lembram da sua importância quando a água não sai da torneira em sua casa. É triste, mas é fato o provérbio popular: “Só percebemos o valor da água depois que a fonte seca”.
(Maria Tereza/Ascom)