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Julho tem um aumento de 26,9% nas exportações de Santa Catarina

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Julho tem um aumento de 26,9% nas exportações de Santa Catarina

Depois de duas quedas consecutivas, causadas principalmente pela paralisação dos caminhoneiros, as exportações catarinenses voltaram a subir no mês passado. Em julho, as vendas para o exterior cresceram 26,9% em relação ao mesmo período do ano passado, somando US$ 940,05 milhões. Frente a junho, o incremento foi de 27,3%. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e foram divulgados nesta semana.

De janeiro a julho de 2018, Santa Catarina embarcou  US$ 5,08 bilhões, o que o mantém como oitavo maior Estado exportador do país, respondendo por 3,73% do total. Em relação ao mesmo período de 2017, as vendas catarinenses cresceram 3,32%, enquanto que no cenário nacional o desempenho foi de 7,9%.

A presidente da Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Maria Teresa Bustamante, explica que o resultado positivo em julho está relacionado ao câmbio mais favorável, mas principalmente por ser um período de cumprimento contratual, quando as empresas efetuam as vendas:

— O primeiro semestre do ano termina com entrega maior de exportações, porque são contratos que começam a ser renovados. O resultado é positivo e continua mostrando a curva de crescimento das vendas, que já está aparecendo desde a comparação de 2017 com 2016.

A alta catarinense neste ano foi puxada pela exportação de aves, que registrou crescimento de 18,73% em relação aos sete meses do ano passado. O Estado responde por quase um terço do produto brasileiro vendido ao mercado externo. Já a queda mais acentuada foi o da carne suína (-10%), percentual representativo para Santa Catarina, que detêm metade das exportações do item no país.

O diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Carne e Derivados em SC (Sindicarne), Ricardo de Gouvêa, afirma que esse decréscimo está relacionado à suspensão da exportação para a Rússia, desde o final do ano passado, país que era destino de cerca de 40% da exportação da carne suína brasileira:

— Com a suspensão, nós conseguimos aumentar um pouco a exportação da China, mas em montante menor, então de fato baixou o volume.

No entanto, ele reforça que a expectativa é melhorar esse resultado nos próximos meses com a possibilidade de retomada das vendas para Rússia. A exportação de frangos deve continuar no mesmo patamar, apesar do embargo europeu, devido à conquista de outros mercados, como o da China. Diante disso, o país asiático se destaca como o destino com o maior crescimento no acumulado deste ano em relação às exportações catarinenses: 22% (US$ 768,5 milhões).

A China só perde para Estados Unidos, que se apresenta como o maior destino dos produtos catarinenses, com 15,64% do total exportado (US$ 793,8 milhões).

Importações também sobem

As importações do Estado em julho também tiveram crescimento significativo, de 22,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, somando US$ 1,37 bilhão. Com o resultado, Santa Catarina registrou um déficit da balança comercial de US$ 430 milhões. No acumulado do ano, o déficit é de US$ 3,7 milhões. No Brasil, o resultado foi um superávit  de US$ 34 milhões.

A presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc explica que as importações catarinenses geralmente têm valor mais alto, porque estão muito focadas em insumos e componentes para produção:

— O ponto relevante é que as importações são de componentes voltados à produção, o que pode reverter mais tarde para exportações. Significa que o empresariado catarinense está buscando uma matriz de fornecedores e insumos entre fabricantes nacionais e estrangeiros para melhorar a produtividade.

Os produtos que mais cresceram em importação no acumulado deste ano em relação ao ano passado foram cobre refinado (31,27%) e fios de filamentos sintéticos (25,74%). (Diário Catarinense)