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Ministério da Agricultura proíbe exportação de frigoríficos envolvidos na Operação Trapaça

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Ministério da Agricultura proíbe exportação de frigoríficos envolvidos na Operação Trapaça

Brasília – O Ministério da Agricultura divulgou nota informando que os laboratórios envolvidos na Operação Trapaça, da Polícia Federal, tiveram credenciamento suspenso, até a finalização dos procedimentos de investigação. Dependendo dos resultados, as empresas poderão ser definitivamente inabilitadas. Além disso, os frigoríficos alvo da operação estão proibidos de exportar a países que exigem requisitos sanitários específicos de controle e tipificação de Salmonela spp.

Deflagrada nesta segunda-feira, a Operação Trapaça está relacionada à fraude na emissão de resultados de análises laboratoriais para a certificação de alguns estabelecimentos registrados junto ao Serviço de Inspeção Federal. Trata-se da terceira fase da Operação Carne Fraca, quando a PF detectou a emissão de laudos técnicos falsos para garantir a qualidade da carne exportada por determinados frigoríficos.

As empresas investigadas burlavam a fiscalização preparando amostras, através dos laboratórios investigados, com o objetivo de esconder a condição sanitária dos lotes de animais e de produtos, evitando, assim, uma medida corretiva restritiva do Serviço Oficial. O alvo principal desta operação é a fraude nos resultados de análises laboratoriais relacionados ao grupo de bactérias Salmonella spp.

“A presença da bactéria salmonela é comum, principalmente em carne de aves, pois faz parte da flora intestinal desses animais. No entanto, quando utilizados os procedimentos adequados de preparo minimizam os riscos no consumo da salmonela, uma vez que a bactéria é destruída em altas temperaturas, como frituras e cozimento”, diz um trecho da nota.

Os técnicos da pasta destacaram que o processo de fiscalização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal já havia identificado irregularidades nos procedimentos para respaldo à certificação sanitária implementada em algumas unidades frigoríficas. Isso resultou em exclusão desses estabelecimentos para exportação aos doze países que exigem requisitos sanitários específicos de controle e tipificação de Salmonella spp.

Segundo o ministério, dentre os mais de dois mil sorovares (diferentes variedades de uma determinada espécie de bactéria), existem dois de preocupação para a saúde animal e dois de saúde pública, que devem desencadear medidas específicas dentro das granjas avícolas e nos produtos sabidamente positivos para salmonela. O objetivo é melhorar o manejo e reduzir riscos do campo à mesa do consumidor final.

De acordo com o comunicado do Ministério da Agricultura, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) conta com uma equipe de auditoria especializada atuando em conjunto com a Polícia Federal, “que pode adicionar ferramentas de investigação para desvendar este processo de fraude que poderia comprometer o sucesso de programas higiênico-sanitários no Brasil”.

São conhecidos mais de 2.500 tipos de Salmonella, que podem ser encontradas em diversos produtos de origem animal ou vegetal e no meio ambiente. No entanto, apenas poucos tipos podem atingir seres humanos e causar infecções alimentares. Esses problemas podem ser evitados por meio do cozimento adequado dos produtos, uma vez que essas bactérias são eliminadas quando do seu preparo.

Conforme o Ministério da Agricultura, dentre os tipos de Salmonella de importância em Saúde Pública, as Salmonella Enteritidis e a Salmonella Typhimurium são monitoradas e controladas no sistema de produção avícola de frangos e perus de corte. Nesse sentido, atualmente é realizada colheita de amostras para análises laboratoriais de pesquisa de Salmonella em 100% dos lotes de frangos e perus de corte alojados que são enviados para abatedouros com Serviço de Inspeção Federal (SIF). (O Globo)