Brasil – Após se encontrar com Jair Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (19/3) que pretende “designar o Brasil como um grande aliado não integrante” da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ou mesmo, mais futuramente, como um aliado efetivo do grupo. Especialistas consultados pelo Correio avaliam que a entrada do país na aliança é, neste momento, mais vantajosa para os EUA que para o Brasil.
Política externa
Professor e assessor de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília (UCB), Creomar de Souza aponta que a participação do país na aliança pode ser também uma forma de “amarrar” a política externa brasileira à norte-americana “na agenda de defesa”, “atendendo a um compromisso de campanha do grupo político de Bolsonaro”.
Por isso, para ele, a avaliação sobre se o acordo seria bom ou não para os brasileiros dependeria da perspectiva. “Para quem votou no presidente e tem a percepção de que o Brasil tem que estar mais próximo dos EUA do que da Venezuela, por exemplo, é positivo. Para que tem a percepção de que país deveria ter uma entrada mais independente nas relações internacionais, não”, pontua.
Por fim, Creomar de Souza afirma que o ingresso na Otan pode ser uma condição imposta pelos EUA para que o Brasil consiga uma vaga na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): “Os EUA podem ter dito: ‘Se quiser, terá que nos auxiliar na agenda de segurança’. É parte do jogo político”.