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Problemas com o custos de produção e a infraestrutura dificultam crescimento do agronegócio em SC

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Problemas com o custos de produção e a infraestrutura dificultam crescimento do agronegócio em SC

Ao menos seis milhões de toneladas de milho são consumidas em Santa Catarina ao ano, enquanto a produção catarinense anual do grão é de 2,5 milhões. Custos de transporte de insumos para suprir as necessidades do estado, somados a dificuldades de armazenagem são desafios para o crescimento do agronegócio.

Até 80 mil viagens, com mil quilômetros de distância, são feitas ao ano para trazer a Santa Catarina milho suficiente para suprir a demanda interna.

“Falta de sinalização, buraco, não tem acostamento. Tem lugar que nem a faixa não cabe mais de tão estreito que tá o asfalto”, relatou o caminhoneiro Claudir Beltrame.

Diante desse cenário, os riscos e custos da produção se elevam. “Toda a agroindústria vai investir onde tem a matéria-prima principal, que representa aí 65% do custo de produção, que é onde tem milho. Então, o risco de não se investir mais aqui em Santa Catarina, no Oeste de Santa Catarina, esse, tranquilamente, existe. Agora, corremos até o risco de algumas empresas, sejam grandes, pequenas, médias, serem inviabilizadas pelo custo de produção”, disse o diretor agropecuário de agroindústria Marcos Antônio Zordan.

Solução do exterior

Uma das soluções para a questão, apontada pelo setor, pode ser o milho vindo do Paraguai, que passaria pela Argentina, até entrar no Brasil por Dionísio Cerqueira. Hoje, as negociações aguardam o governo paraguaio.

A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) calcula que de cada R$ 1 faturado no estado, R$ 0,14 são gastos com transporte e defende um estudo macrologístico para uma solução mais abrangente ao problema da falta de milho.

“Santa Catarina produz praticamente 50% do milho que consome. Acontece que nós temos uma deficiência de armazenagem. Os estudos internacionais demonstram que a capacidade ideal de armazenagem é equivalente a 120% para o consumo, e nós temos uma defasagem de 43% de armazenagem em relação ao nosso consumo”, declarou o presidente da Fiesc Mário Cezar de Aguiar.

Armazegem

A Secretaria Estadual de Agricultura diz que está investindo para reverter a questão.

“Acrescentamos aos 4 milhões e 200 mil toneladas de armazéns que nós tínhamos instalados mais 600 mil toneladas de 2014 para 2017. Nós tivemos um significativo aumento da produtividade do milho de Santa Catarina. Hoje, temos a maior produtividade nacional por hectare, safra 2016/2017 a uma média de 8 mil e 600 quilos por hectare”, explicou o secretário da Agricultura e Pesca Airton Spies.

Medidas práticas para vencer os desafios conseguiram garantir a Santa Catarina o segundo lugar no ranking de competitividade dos estados, atrás apenas de São Paulo.

Futuro

As entidades ligadas ao setor pensam em longo prazo para que o estado cresça ainda mais.

“Eu diria que dentro da agenda de competitividade da indústria, certamente a infraestrutura teria destaque e o problema da infraestrutura é assim, é que não é pra hoje construir uma estrada ou uma ferrovia, o projeto da ferrovia litorânea. Até você conseguir os licenciamentos, até construir, você vê o tempo de demora que levou a BR-101, levou 10, 15, 20 anos. Então, nós vamos ter o efeito disso daqui 20 anos”, afirmou o secretário executivo da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc Egídio Martorano. (G1)