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Setor de carnes vive dias de tensão; efeitos atingem diretamente produtores e agroindústrias

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Setor de carnes vive dias de tensão; efeitos atingem diretamente produtores e agroindústrias
Indústria de Aves Copagril, em Marechal Cândido Rondon. Foto: O Presente

Estado – O momento é de preocupação para os produtores de carnes brasileiros com a redução das exportações de carnes suína e, principalmente, de aves. De acordo com o segundo vice-presidente e diretor geral da Copérdia, Vanduir Martini, a suspensão das exportações aumentou a oferta no mercado interno, os estoques estão no limite, o consumo é menor do que a oferta e o preço desandou. “As suspensões afetam do pequeno ao grande frigorífico, cooperativas e produtores, ou seja, toda a cadeia está sofrendo com a situação”, assinala.

Além da falta de compradores do exterior, o produtor brasileiro ainda convive com a pressão dos altos custos de produção, o que provoca impacto de rentabilidade para todos os envolvidos na cadeia. “Os primeiros quatro meses do ano apresentaram números preocupantes em todas as agroindústrias por conta da suspensão das exportações”, revela, assinalando que lideranças e Ministério da Agricultura estão empenhados em contornar a situação.

De acordo com Vanduir Martini, existem dois caminhos para suspender os embargos às carnes brasileiras. Um, segundo ele, é recorrer à Organização Mundial do Comércio – OMC -, mas aí é uma discussão demorada e, o segundo, é tratar direto com os países compradores e convencê-los a retomar as importações das carnes brasileiras. “Enquanto não é encontrada uma solução, várias agroindústrias foram obrigadas a reduzir abates, dar férias coletivas gerando enormes prejuízos”, relata.

Martini pontua que os entraves nas exportações causam problemas no campo e nas agroindústrias com prejuízos para ambos e a expectativa é que ocorra solução imediata, que a suspensão acabe e o Brasil volte a comercializar carnes para exterior normalmente. “Se a situação não for resolvida logo, poderemos ter redução nos alojamentos, o que vai impactar no número de lotes prontos no ano, redução de receita, com conseqüências para todo o comércio, inclusive a cooperativa”, salienta.

Finalizando, o dirigente afirma que a suspensão das exportações de carne não é um problema exclusivo da avicultura, mas atinge também, as agroindústrias, o produtor e a cooperativa, além de ser um problema para todos os municípios pela queda na receita e, com menos dinheiro girando, menos negócio são realizados e a economia sofre. “Esperamos uma solução urgente, porque os efeitos já são sentidos por toda a sociedade”, afirma. (Daniele Pasinatto/ASCOM)