Capinzal – As críticas feitas na imprensa pelo vereador Alcedir Coronetti (PMDB) ao vereador Bruno Michel Favero (SD) provocaram um clima tenso entre os dois parlamentares que compõem a bancada da situação no Legislativo de Capinzal. Coronetti disparou contra a ausência de Favero na sessão desta terça-feira (14) em que foi adiada a votação do projeto de lei que institui a cobrança da taxa de coleta de lixo no município. Pelo texto, a cobrança passaria a valer a partir do ano que vem, com índice de 50%, e o restante em 2019, totalizando 100% e permitindo uma arrecadação de R$ 1 milhão, sendo a metade em cada ano.
O projeto teve a votação adiada por até três sessões, a pedido do vereador Kelvis Borges (PP). A solicitação foi apreciada em plenário e foi aprovada por 4 votos (Kelvis Borges, Rafael Tonial, Valmor de Vargas e Carlos Adriano Zocoli) a 3 (Renato Markus, Alcedir Coronetti e Lucas Dorini).
“A gente fica nessa noite chateado por não ter um membro do nosso partido, não sei qual o motivo que ele não pôde participar da sessão, pelo que eu vi é por motivo de saúde, mas podia ter avisado antes e a gente teria convocado o suplente e teria votado esse projeto essa noite porque a situação tem cinco vereadores e nós votamos pela não retirada do projeto por até três sessões, mas perdemos porque nós tivemos três votos e a oposição teve quatro. Então, mais uma vez sofremos uma derrota, onde se tivéssemos toda a nossa bancada e os nossos vereadores unânimes nós aprovaríamos o projeto e o município teria esse recurso ainda esse ano”, cutucou Coronetti.
Na manhã desta quinta-feira (14), inconformado com a postura do colega de bancada, Favero rebateu as colocações do peemedebista. O vereador do Solidariedade esclareceu que foi hospitalizado na segunda-feira devido a um mal súbito, recebendo alta somente no início da noite da terça-feira, dia da sessão. Os médicos emitiram atestado, o qual foi encaminhado à Mesa Diretora justificando a ausência.
“Primeiramente quero informar a população que eu tive um mal súbito por volta das 13h30min entrando no Hospital Nossa Senhora das Dores e atendido pelo doutor Paulo Albuquerque. Fiquei internado até terça-feira por volta das 18h. Então, para esclarecer a população eu tive uma crise muito grande de hipertensão arterial e uma crise vesicular porque eu tenho pedra na vesícula, inflamou minha vesícula e aí provocou esse mal súbito que eu fui internado”, explica.
Favero também demonstrou contrariedade quanto às declarações de Coronetti dadas nas duas rádios da cidade. “A respeito do quê o vereador falou ontem em entrevista nas duas rádios locais, vereador, o senhor está faltando com a verdade com a população. Primeiramente o senhor falou que o município de Capinzal não é obrigado a fazer a coleta do lixo. É obrigado sim, existe uma lei complementar nº 234/90 do Código de Limpeza Urbana que define-se como lixo público os resíduos sólidos provenientes dos serviços de limpeza executados nas vias públicas, vias públicas são as ruas, então o senhor falou uma inverdade. Essa lei advém também da Lei nº 12305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. É obrigação, de primeira grandeza de um município recolher o lixo até porque é saúde pública, então o senhor falou ontem, mas emissoras de rádio, uma inverdade”, alfinetou.
Favero destacou que está analisando com detalhes o projeto e que busca informações sobre o assunto a fim de que possa votar com tranquilidade. O vereador reitera que a legislação obriga os municípios a fazer a coleta da taxa de lixo. “Segundo, o senhor falou que Capinzal era o único município que praticamente não tinha aprovada essa lei. Inverdade senhor vereador, o senhor não está a par das coisas que estão acontecendo em nossa região e nem da legislação, metade dos municípios da Ammoc não tem cobrança de lixo, então como é que o senhor afirma, uma coisa que o senhor desconhece, mentindo, deixando faltar com a verdade com a população de Capinzal, o senhor não pode fazer isso”.
Quanto à ausência na sessão da terça-feira, Favero indagou: “Outra coisa, o senhor falou que eu deveria ter avisado o senhor como líder de bancada para o senhor acionar o suplente, como é que eu vou prever uma doença senhor vereador. Agora nós estamos falando de um vereador vidente em Capinzal. Eu vou ter que prever a hora que vou ficar doente, que o senhor vai ficar doente ou que outro colega vai ficar doente, não existe isso senhor vereador. A doença, o mal súbito se eu for lhe explicar, não tem data e nem hora marcada”.
Por fim, Bruno Michel Favero afirma que foi eleito para trabalhar em prol da coletividade. “Então, assim, o que o senhor falou ontem são inverdades, afirma categoricamente e estou aberto para o diálogo porque eu sempre fui do diálogo e das coisas colocadas com exatidão e com conhecimento de causa e o senhor colocou ontem coisas no ar sem conhecimento de causa, o senhor é um legislador do município, o senhor deveria saber das leis, estudar as leis, o senhor não está estudando as leis para legislar? Uma das funções do vereador é legislar pelo município, é fazer leis, acompanhar as leis, como é que o senhor fala que a prefeitura não é obrigada e está fazendo um favor para o munícipe, isso não é verdade, o município é obrigado a fazer a coleta de lixo. E eu não estou falando que eu sou contra a cobrança da coleta do lixo, mas nós temos que discutir com a sociedade, é um projeto amplo, nós não podemos simplesmente votar sem o conhecimento de causa. Eu estava fazendo as análises de causa, tanto é que este projeto estava parado na Comissão de Orçamento que eu faço parte, eu, o vereador Rafael e o vereador Lucas. Então, o vereador Lucas como presidente optou para ir a votação, é um direito que lhe cabe como presidente da comissão, só que nós estávamos analisando o projeto, nós temos essa prerrogativa como vereador, se o senhor não sabe, eu vou lhe explicar porque é um projeto que, a partir do momento que é votado e vira lei, não tem como voltar para trás, e como é que eu não vou fazer uma análise criteriosa, que eu não vou defender a população, que eu não vou fazer essa análise como vereador?. Eu fui eleito para defender a população de um modo geral de Capinzal. Eu não fui eleito para defender interesses políticos e particulares ou para interesse de partidários. Eu fui eleito para defender toda a população de Capinzal. Então, reafirmo, o senhor falou inverdades no rádio e o senhor tem que fazer considerações quando o senhor fala porque a partir do momento em que a gente lança as palavras no ar, as palavras têm consequência. Então, eu gostaria que o senhor revisse o conceito de falar, que não basta gritar em tribuna, não basta fazer estardalhaço, a população não quer mais isso, a população quer ação e pessoas que estejam engajadas no bem comum da sociedade”, finaliza.