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Vereadora e ex-prefeito são réus por homicídio de advogado, no Oeste

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Vereadora e ex-prefeito são réus por homicídio de advogado, no Oeste

Guaraciaba – A vereadora de Xaxim, Maria de Lourdes Fonini e o seu marido, o ex-prefeito Cesar Fonini, foram denunciados pelo assassinato do advogado Joacir Montagna, morto a tiros em agosto de 2018. Os dois foram presos na 2ª fase da Operação Defesa da Ordem, realizada em 28 de agosto. A Justiça já aceitou a denúncia e os dois são considerados réus pelo crime.

Durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (26), o delegado Wesley Andrade, da DICFron, e o delegado Regional de São Miguel do Oeste, Adriano Bini, falaram sobre a investigação que chegou até o chamado ‘núcleo de mando’ do crime contra o advogado.

“Com base nos elementos de informação produzidos tanto na primeira fase quando no segundo Inquérito Policial, a Polícia Civil está convicta de que os dois mandantes atribuíram a um terceiro intermediador a função de planejar e contratar executores do homicídio. Oportuno lembrar que o intermediador e os executores do homicídio já foram julgados e condenados pelo Tribunal do Júri da Comarca de São Miguel do Oeste em julho deste ano”, relatam os delegados.

Os dois foram indiciados pelo crime de homicídio doloso qualificado e associação criminosa. “No curso da investigação surgiram indícios que indicavam a existência de união permanente e estável entre os dois suspeitos mandantes e o terceiro intermediador para a prática de infrações penais. Por este motivo, o terceiro intermediador também foi indiciado por associação criminosa”, reforçam os delegados. Este terceiro já havia sido condenado em julgamento em julho deste ano.

Denúncia

O Inquérito Policial foi encaminhado para o Poder Judiciário e já foi analisado pelo Ministério Público, que ofereceu denúncia contra os três indiciados pela prática de homicídio doloso qualificado e associação criminosa. A denúncia já foi recebida e as prisões temporárias foram convertidas em prisões preventivas. Agora, eles são considerados réus e  aguardam o julgamento.

Contraponto

 Em contato com o advogado de defesa do casal, Luiz Geraldo Gomes dos Santos, ele informou ao Diário do Iguaçu que vai entrar com novo pedido de habeas corpus para tentar a liberdade da vereadora. Ao Diário do Iguaçu, ele disse ainda que acha injusta e que não há justificativa para a prisão de Maria de Lourdes Fonini.

Relembre

Joacir Montagna foi morto a tiros dentro de seu escritório, na cidade de Guaraciaba, no dia 13 de agosto de 2018. Em julho de 2019, cinco homens foram condenados a penas que passaram dos 130 anos de prisão, pela execução do crime. Desde então, a Polícia passou a investigar quem seriam os mandantes da execução.

No dia 28 de agosto de 2019, pouco mais de 1 ano após o crime, a Polícia Civil de São Miguel do Oeste deflagrou a segunda fase da operação Defesa da Ordem – que investigava o crime – e cumpriu dois mandados de prisão, um em Chapecó – contra o ex-prefeito de Xaxim, Cezar Fonini, que está na Penitenciária de Chapecó onde cumpre pena por outros crimes – e também o mandado de prisão temporária contra a vereadora Lula Fonini. Mandados de busca também foram cumpridos em Xaxim, para apreender materiais como celulares e computadores, que seriam analisados para auxiliar nas investigações.

Denúncia e condenação dos executores

De acordo com a denúncia, no dia 13 de agosto de 2018, dois acusados saíram de carro de Chapecó para Guaraciaba. Um terceiro foi de motocicleta cuja placa era clonada e o número do motor adulterado. Nas proximidades do trevo de Guaraciaba, o executor embarcou na moto e os dois foram até o escritório da vítima. Sem retirar o capacete, ele teria anunciado um “assalto” para as funcionárias do escritório e pedido para levá-lo ao “doutor”. Quando todos deitavam no chão, o acusado teria atirado na cabeça de Joacir Montagna, que faleceu no local.

Os acusados teriam fugido de motocicleta, a qual teria sido abandonada no interior do município de Guaraciaba. Depois, eles teriam voltado de carro para Chapecó. O contratante teria pago pelo crime R$ 7.500,00 em dinheiro, além de uma arma de fogo. Ainda de acordo com a denúncia, o tio dos irmãos teria realizado a venda de uma arma de fogo e a transportado para outro estado no interior de um ônibus.

As penas somadas passam dos 138 anos de prisão pelos crimes de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, latrocínio, receptação, associação criminosa e porte ilegal de arma de fogo. (Informações Diário do Iguaçu)