A vida do casal tomou um rumo parecido com o pessoas que moram nas ruas em todo o país. A mulher, de 58 anos, precisou deixar a casa em Guaratuba, no litoral do Paraná, depois que foi expulsa por traficantes. O imóvel foi tomado para cobrir uma dívida da filha com o tráfico.
Depois de passar por várias cidades paranaenses, a família se mudou para Joinville, onde se instalou em um ponto de ônibus na rua Santos Dumont, na Zona Norte.
Ao todo, foram 70km feitos a pé. O marido trabalha durante o dia como catador de reciclados, enquanto Dona Liomar cuidava dos poucos pertences que trouxeram durante as andanças.
Rede de solidariedade
O que chama a atenção nessa história é a solidariedade das pessoas que moram na região. Todo os dias, restaurantes forneciam marmitas para a família.
Além disso, o casal recebeu doações de roupas e cobertores para superar o clima frio das últimas semanas.
“Eu nunca vi um pessoal tão generoso, quando eu abro a barraca já tem pão, um leite, isso na minha terra não existe”, conta emocionada.
Um deles é o Marcelo Schimilouski, funcionário de uma serralheria, que conheceu o casal após o marido de Liomar levar o carrinho de reciclagem para a solda.
“O pessoal doa bastante coisa, mas a gente vê que não é o suficiente, ainda mais porque se trata de uma pessoa idosa, e ficar no frio nesse tempo não é fácil”, conta.
A história do casal conquistou a internet e repercutiu em toda a cidade. O movimento fez com que uma mulher doasse uma casa na Zona Sul de Joinville para o casal.
Sem nenhum custo, o espaço será fundamental para que eles possam reconstruir a vida.
“Isso é uma bença de Deus, eu pedi tanto e ele me atendeu”, disse Dona Liomar, com lágrimas nos olhos.
Família agora necessita de doações
Dona Liomar mudou nessa quinta-feira (18) para o novo endereço. No novo lar, a mulher de 58 anos faz crochê enquanto assiste televisão.
Agora, o casal está em busca de um emprego para retomar a vida que tinham no Paraná.
Além disso, a família precisa de doações de alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal.
Para quem tiver interesse em ajudá-los, pode entrar em contato pelo telefone (47) 99979-4737 e receber mais informações. (Reportagem ND Mais)