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Trio vai a júri em Caçador por envenenar e matar mulher doente

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Trio vai a júri em Caçador por envenenar e matar mulher doente
Três jovens acusados de matar uma mulher com problemas de saúde, em maio de 2016, irão a júri popular na próxima semana, em Caçador. Os réus Valéria Ribeiro da Silva, de 24 anos, Leandro Matheus Alves Negretti, 25, e Priscila de Fátima Ribeiro, 24, serão julgados por homicídio duplamente qualificado contra a vítima Elenir Aparecida Ribeiro.
O júri popular será dia 20, uma quinta-feira, com início às 9h no Tribunal do Júri do Fórum de Caçador. Os réus, que estão presos em Caçador e Lages, são acusados de homicídio cometido por motivo torpe e com emprego de veneno.
A ré Valéria é filha da vítima. Foi ela que teria arquitetado o crime, segundo as investigações. De acordo com o processo, a jovem teve ajuda do ex-namorado Leandro e da prima Priscila. Os três respondem igualmente pelo homicídio.
Segundo a investigação da Polícia Civil, o motivo do crime seria porque a filha queria se livrar da responsabilidade de cuidar da mãe doente e, assim, reatar o namoro com Leandro. A vítima foi morta aos 45 anos com uma dose letal de um medicamento, um termogênico que contém Efedrina.
O júri popular será presidido pelo juiz de direito Rodrigo Dadalt. A acusação será feita pelo Ministério Público, através do promotor João Paulo de Andrade. A advogada Márcia Helena da Silva defende as rés Valéria e Priscila. A defesa de Leandro será feita pelo advogado Cesar Roberto Carneiro e outros.
Relembre o crime
Valéria, Leandro e Priscila foram presos pela Polícia Civil no dia 14 de junho de 2016. Foram mais de dois meses de investigação. A vítima morreu em março daquele ano, tendo sido sepultada como vítima de infarto. A própria filha foi quem acionou os bombeiros, cerca de uma hora depois da morte.
A investigação do crime foi coordenada pelo delegado Fabiano Locatelli. Segundo a Polícia Civil, a filha queria se ver livre do encargo de cuidar da mãe e por isso planejou a morte. Elenir era uma pessoa doente e necessitava de cuidados especiais. Valéria teria conseguido o medicamento com o Leandro, que é personal trainer de uma academia da cidade.
Ainda segundo o que foi apurado pelo inquérito, Valéria queria reatar o relacionamento com Leandro, mas ele não aceitou porque ela se ocupava demais cuidando da mãe. A polícia apurou ainda que a filha assistiu a mãe agonizando e pedindo ajuda por mais de três horas.
Vítima agonizou por três horas
De acordo com o delegado, Valéria ministrou a dose do medicamento Efedrina logo após o almoço junto com os medicamentos de uso habitual da mãe. Uma hora depois, Elenir começou a passar mal e pedir ajuda a filha.
Neste momento, Valéria e a prima, Priscila, passaram a entrar e sair do quarto para acompanhar a evolução do problema e a todo o tempo em contato com Leandro. A vítima ficou mais de 3h agonizando até morrer, por volta das 17h. Uma hora depois, os Bombeiros Voluntários foram acionados e chegando ao local constaram o óbito.
Valéria entrou em contato com a funerária que foi até a residência no bairro Industrial e fez os procedimentos fúnebres. O médico que atestou a morte não solicitou exames necroscópicos, nem mesmo chegou a examinar o corpo. Ele fez o atestado com base no relato da acusada, pois era médico da vítima há mais de 10 anos e sabia dos problemas de saúde. Ele atestou infarto do miocárdio.
Leandro confessa ter fornecido os medicamentos
Em depoimento à polícia, Leandro confessou parcialmente envolvimento na morte de Elenir. Ele deu seu depoimento acompanhado do advogado e disse ter fornecido o medicamento que é um termogênico usado na perda de peso, porém ingerido em grande dosagem pode levar à morte. Disse também que desconhecia que o remédio seria usado para causar a morte de Elenir.
Ele disse ao delegado que depois que Elenir foi morta, Valéria usou o fato de ter recebido dele o medicamento para fazer ameaças e também por medo não procurou a polícia.
Provas contestam versão

 

As provas e depoimento de Priscila mostram o contrário do que foi dito por Leandro. No áudio ele confessa ter fornecido o medicamento e que sabia qual seria a finalidade e também da reação possível. (Éder Luiz)