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Acusado de matar o filho de 2 meses em Capinzal é condenado a mais de 33 anos de reclusão

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Acusado de matar o filho de 2 meses em Capinzal é condenado a mais de 33 anos de reclusão
Foto: Arquivo Aislan Toldo, no dia 1º de abril de 2019 no júri popular realizado em Capinzal

Capinzal – Foi realizado nesta segunda-feira (1º) o júri popular de Aislan Ribeiro Toldo, 23 anos, acusado de matar o próprio filho em Capinzal. O julgamento aconteceu no Centro Educacional Prefeito Celso Farina sob um forte esquema de segurança montado pela Polícia Militar e Departamento de Administração Prisional (DEAP). Todas as pessoas que chegavam ao local eram revistadas e passaram por detector de metais. O júri iniciou às 9h50min e a leitura da sentença ocorreu por voltadas 17h. Aislan Ribeiro Toldo foi condenado a 33 anos e 4 meses de reclusão em regime inicial fechado. O tempo máximo previsto em lei é de 30 anos.

O júri foi presidido pelo juiz Daniel Radünz. Na defesa do réu atuou o advogado Ricardo José Nodari, auxiliado pelo advogado Felipe Klein de Matos. Na acusação a promotora de justiça Marina Saade Laux, com apoio do assistente de acusação, Marco Antônio Vasconcelos Alencar Junior, advogado criminalista que anteriormente havia feito a defesa da mãe do bebê. O corpo de jurados foi formado por quatro mulheres e três homens.

Em depoimento do pai de Vanessa não conteve as lágrimas ao relatar que Aislan pouco dava abertura para os familiares e até mesmo para relacionar-se com o neto. Nesse momento, o réu, de acordo com manifestação do assistente de acusação, teria feito ameaça de morte ao avô da criança. O magistrado informou que o fato foi inserido em ata e indagou se o réu gostaria de se retirar do plenário para não haver mais constrangimento, tendo então sua concordância.

Em seguida foi a vez de Vanessa depor. Chorando em alguns momentos, ela disse que na fatídica madrugada foi acordada por Aislan, de quem recebeu o filho já desfalecido. Ela afirmou que somente no hospital teria observado as lesões no corpo da criança, atestadas posteriormente pelo laudo cadavérico do IML. Disse ainda que Aislan não fez o curso de batismo e nem participou do ato religioso ocorrido uma semana antes da morte do filho.

Na sequência foi a vez do réu. O magistrado fez a rápida leitura da acusação do MP. Entretanto, Aislan Toldo preferiu por ficar em silêncio.

A promotoria, juntamente com a assistência de acusação, foi contumaz em afirmar que não haveria dúvidas no processo quanto à culpabilidade de Aislan, que teria cometido um crime cruel e de grande comoção social.

Já a defesa do réu tentou desqualificar o crime para homicídio culposo ou maus-tratos, argumentando que não seria a intenção do pai do matar o próprio filho.

Toldo era acusado pelas agressões que mataram o bebê Bryan Hemanuel Toldo, de apenas 2 meses de idade. Ele segue recolhido ao presídio regional de Joaçaba. A mãe da vítima, Vanessa Rodrigues da Silva, foi impronunciada, ou seja, não foi submetida ao júri em decisão mantida pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina após o MP ter recorrido da decisão de primeira instância.

O crime aconteceu na madrugada do dia 26 de março de 2017 na rua Romeu Gasser, Loteamento Parizotto, quando o bebê foi encaminhado pelos avós ao hospital apresentando lesões pelo corpo. Entretanto, o bebê deu entrada já sem vida. A necropsia do Instituto Geral de Perícias de Joaçaba apontou a causa da morte por traumatismo craniano.

Conforme os autos, Vanessa disse que teria deixado o filho na sala aos cuidados do Aislan e foi dormir. Mais tarde ela foi acordada por Aislan dizendo que a criança não estava mais respirando. Aislan foi preso pela Polícia Militar no mesmo dia. Vanessa também chegou a ser presa, mas foi absolvida no decorrer do processo.

Aislan Ribeiro Toldo foi levado novamente ao presídio regional de Joaçaba. Os advogados dele informaram que ainda não decidiram se irão recorrer da sentença.

Ouça a leitura da sentença feita pelo juiz Daniel Radünz:

Ouça a entrevista com o assistente de acusação, Marco Antônio Vasconcelos Alencar Junior:

Ouça também a entrevista do advogado de defesa, Ricardo José Nodari: