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Força-Tarefa da Lava Jato confirma ter sido hackeada

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Força-Tarefa da Lava Jato confirma ter sido hackeada

A força-tarefa da Lava Jato divulgou há pouco uma extensa nota, em que confirma que as mensagens publicadas no fim da tarde deste domingo pelo site Intercept Brasil são fruto de um ataque de hackers.

Segundo o MPF, não se sabe a extensão do ataque e quanto de seus arquivos foi copiado, mas eles não desmentiram o teor das conversas publicadas pelo Intercept.

As reportagens do Intercept não dispuseram os arquivos brutos que, segundo eles, foram fornecidos  por uma fonte anônima. Os trechos publicados pelo site sugerem que houve falta de parcialidade no relacionamento entre Sergio Moro e os procuradores de Curitiba, especialmente em relação ao PT e a Lula.

A defesa do ex-presidente Lula também divulgou uma nota, em que afirmam que as mensagens corroboram a tese da defesa, de que houve uma “atuação combinada entre os procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro com o objetivo pré-estabelecido e com clara motivação política, de processar, condenar e retirar a liberdade”.

Leia abaixo a íntegra da nota dos procuradores de Curitiba.

“Força-tarefa informa a ocorrência de ataque criminoso à Lava Jato

A força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal do Paraná (MPF/PR) vem a público informar que seus membros foram vítimas de ação criminosa de um hacker que praticou os mais graves ataques à atividade do Ministério Público, à vida privada e à segurança de seus integrantes.

A ação vil do hacker invadiu telefones e aplicativos de procuradores da Lava Jato usados para comunicação privada e no interesse do trabalho, tendo havido ainda a subtração de identidade de alguns de seus integrantes. Não se sabe exatamente ainda a extensão da invasão, mas se sabe que foram obtidas cópias de mensagens e arquivos trocados em relações privadas e de trabalho.

Dentre as informações ilegalmente copiadas, possivelmente estão documentos e dados sobre estratégias e investigações em andamento e sobre rotinas pessoais e de segurança dos integrantes da força-tarefa e de suas famílias.

Há a tranquilidade de que os dados eventualmente obtidos refletem uma atividade desenvolvida com pleno respeito à legalidade e de forma técnica e imparcial, em mais de cinco anos de Operação.

Contudo, há três preocupações. Primeiro, os avanços contra a corrupção promovidos pela Lava Jato foram seguidos, em diversas oportunidades, por fortes reações de pessoas que defendiam os interesses de corruptos, não raro de modo oculto e dissimulado.

A violação criminosa das comunicações de autoridades constituídas é uma grave e ilícita afronta ao Estado e se coaduna com o objetivo de obstar a continuidade da Operação, expondo a vida dos seus membros e famílias a riscos pessoais. Ninguém deve ter sua intimidade – seja física, seja moral – devassada ou divulgada contra a sua vontade. Além disso, na medida em que expõe rotinas e detalhes da vida pessoal, a ação ilegal cria enormes riscos à intimidade e à segurança dos integrantes da força-tarefa, de seus familiares e amigos.

Em segundo lugar, uma vez ultrapassados todos os limites de respeito às instituições e às autoridades constituídas na República, é de se esperar que a atividade criminosa continue e avance para deturpar fatos, apresentar fatos retirados de contexto, falsificar integral ou parcialmente informações e disseminar “fake news”. (Revista Época)