Capinzal – O indiciamento do casal Aislan Toldo, 21 anos, e Vanessa da Silva, 22 anos, por maus-tratos com resultado morte poderá ser modificado pelo Ministério Público no oferecimento da denúncia ao Poder Judiciário. De acordo com o delegado da comarca de Capinzal, José de Castilho, o enquadramento no inquérito policial não vincula às fases seguintes, ou seja, na tramitação da fase judicial. “O entendimento da promotora pode ser diferente”, explica Castilho.
O material apurado já está sob apreciação da promotora Karla Bárdio Meirelles. Caso o MP entenda, pode ser oferecida denúncia por eventual homicídio, cuja pena em caso de eventual condenação é maior. Segundo Castilho, não surgiu nenhum outro fato novo. “Estamos investigando ainda. Surgindo alguma informação será repassada a este órgão”, informa o delegado.
Aislan Toldo foi preso pela Polícia Militar no último dia 26 (domingo) horas depois de confirmada a morte do filho, que havia completado dois meses no dia anterior. Vanessa da Silva foi presa na manhã do dia 27 (segunda-feira) por policiais civis em cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.
O bebê foi encaminhado pelos avós ao Hospital Nossa Senhora das Dores, por volta das 4h do domingo apresentando lesões pelo corpo. Entretanto, o bebê deu entrada já sem vida. A necropsia do Instituto Geral de Perícias de Joaçaba apontou a causa da morte por traumatismo craniano.
Conforme o delegado José Sérgio de Castilho, a mãe disse que teria deixado o filho na sala aos cuidados do pai, por volta das 2h, e teria ido dormir. Por volta das 4h o jovem acordou a companheira dizendo que o filho não estava mais respirando. Ele disse que teria tentado reanimar a criança, mas não conseguiu. A jovem pediu socorro aos pais que residem nas proximidades, os quais levaram o neto ao hospital.
O suspeito não quis acompanhar o socorro do filho. Ele foi preso pela Polícia Militar por volta das 6h30min na Vila Sete de Julho, quando ia com o pai até o hospital. O corpo do bebê foi enterrado no cemitério da Vila Sete de Julho em clima de forte comoção. Aislan Toldo divide cela com outros oito presos e Vanessa da Silva com outras cinco detentas no presídio regional de Joaçaba.
O Instituto Geral de Perícias (IGP) realizou na noite do dia 26 a perícia na casa onde aconteceu a morte do bebê. Os técnicos utilizaram a substância “Luminol” – que identifica a presença de sangue impossível de ser visto a olho nu – no imóvel localizado na rua Romeu Gasser, loteamento Parizotto. Todo o trabalho realizado pelos peritos do IGP – que durou mais de duas horas e foi acompanhado pela equipe do “Michel Teixeira Notícias”. De acordo com o perito Alexandre Tobouti, diversos pontos da casa reagiram ao “luminol” e evidenciaram expressiva quantidade de sangue humano, supostamente do bebê.
Tobouti salientou que em nenhum cômodo da casa teve vestígios de sangue no assoalho, o que descarta a hipótese do bebe ter caído de qualquer altura. Ainda conforme o perito, as agressões teriam iniciado na sala onde o “Luminol” indicou bastante concentração de sangue no centro no sofá, em seguida na coberta da criança, em toda a extensão de uma carteira de cigarros, no tanque localizado na área de serviço havia intensa quantidade de sangue, além da cuba e da lixeira do banheiro e em volta da pia do banheiro.
O laudo é considerado fundamental e será entregue à Polícia Civil dar seguimento nas investigações. Grande parte do procedimento foi acompanhado do lado de fora pelos pais de Vanessa da Silva que moram em frente à casa dos pais do bebê. A perícia, que foi realizada sem iluminação iniciou por volta das 20h e terminou depois das 22h.