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Exame psicotécnico elimina 40% dos candidatos para soldados da PM em SC

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Exame psicotécnico elimina 40% dos candidatos para soldados da PM em SC

A quarta etapa do processo seletivo para soldados da PM-SC (Polícia Militar de Santa Catarina), e que resultou na reprovação de 40% dos candidatos, tem gerado polêmica.

Divulgado na última segunda-feira (1º), o exame psicotécnico aprovou 198 mulheres e 832 homens. Os candidatos que seguem no processo passaram nos 22 quesitos de comportamento.

No total, 1.200 participantes foram considerados inaptos e não estão mais na disputa.

O prazo para os recursos foi encerrado na quinta-feira (3). Os participantes que solicitaram uma entrevista de revisão vão poder pedir uma reavaliação do resultado.

Para o coronel Luciano Pinho, coordenador do processo seletivo da PM, o exame busca selecionar os mais capacitados. Ele destaca que todos os atributos psíquicos e de personalidade que são necessários para ser um agente público foram julgados na prova, e nenhum deles pode ser descartado.

Além disso, apesar do alto índice de reprovados, Pinho pondera que 60% dos participantes seguem no processo.

“Todos os atributos psíquicos e de personalidade que são necessários para agente público foram estabelecidos mediante um estudo científico. Quem a  sociedade catarinense vai querer para se proteger? Os melhores”.

Reclamações

Sargento do Exército brasileiro, Ednaldo Nascimento Júnior foi um dos reprovados pelo teste. Na prova teórica, ele ficou na classificação 575, passou no TAF (Teste de Aptidão Física) e no exame médico.

No entanto, na terça-feira (2), quando o laudo completo do teste foi divulgado, ao abrir o resultado, a surpresa: Ednaldo foi reprovado nos quesitos de disciplina e autoconfiança.

“O que é mais irônico, e atesta a falha desse exame, é que sou sargento de carreira do Exército há oito anos. Nunca sofri nenhuma punição disciplinar”.

A assessoria de comunicação do INCAB (Instituto Carlos Augusto Bittencourt) – responsável pelo exame – informou nesta sexta-feira (4) que as exigências para a realização do teste estavam previstas no edital, e que os participantes poderiam recorrer do resultado.

Agora, Ednaldo espera reverter a reprovação em uma entrevista de reavaliação do caso.

Outro participante que também solicitou a revisão foi um candidato que pediu que fosse identificado apenas como E.O.

Reprovado nos quesitos de flexibilidade e capacidade cognitiva, ele foi aprovado na 53ª classificação no exame teórico, e acreditava que passaria na etapa.

“Os itens que me reprovaram não indicam muito sobre minha personalidade, acredito eu. Pois o item flexibilidade diz mais ou menos que não aceito adaptação a novas rotinas e, em minha carreira como militar, já residi em cinco ou seis locais diferentes”, afirmou.

Deputados também contestam

Na quarta-feira (2), deputados estaduais questionaram o rigor excessivo do exame. Na sessão da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), os parlamentares disseram que irão reunir informações e iniciar um diálogo com o governo.

“Sugiro uma ação imediata para que providências sejam tomadas. Não tenho história de precedentes em concursos públicos em que uma quantidade tão grande tenha rodado no psicotécnico”, opinou Valdir Cobalchini (MDB).

Concurso da PM já teve outras polêmicas

Além do teste psicotécnico, o concurso para ingressar na PM catarinense já registrou outras polêmicas. Candidatos reclamaram sobre irregularidades no processo e chegaram a enviar um documento ao MPSC (Ministério Público Federal), pedindo o cancelamento do exame.

Os participantes afirmam que, além das questões da prova terem sido mal formuladas, um erro de digitação já na capa da prova colocaria em suspeita a qualificação do concurso. (Informações ND Mais)